Marabá, 25 de abril de 2024

A acolhida do Senhor no enviado.

12 de maio de 2020   .    Notícias da Diocese

É sempre bom meditar a Palavra de Deus, em qualquer tempo, mas, sobretudo neste período de isolamento social. O Ressuscitado caminha conosco. Ele garante a sua presença no meio de nós. Não nos sintamos sozinhos diante da solidão. Estando em casa, vivamos a palavra de Deus em família. Nosso Senhor, na força do Espírito Santo e em comunhão com o Pai ilumina as coisas que devemos realizar neste mundo.

Pelo evangelho de João (13,16-20) Jesus afirma que o servo não está acima do seu senhor, nem o mensageiro é maior que aquele que o enviou. Se nós soubermos estas coisas, e as pusermos em prática, seremos felizes. Sigamos estas palavras de salvação no sentido que o servo não está acima do senhor, porque serve, ajuda o outro e nem o mensageiro é maior daquele que o enviou. O Mestre Cristo Jesus é maior que todos, porque nos ensina a humildade, a paz e o amor. Jesus nos solicita o serviço ao próximo, aos outros, porque é aquilo que agrada a Deus. O serviço faz-nos grandes diante de Deus e dos irmãos e das irmãs. Como é importante servir para amar de fato as pessoas e não ficar só em discursos. Quem serve ama os outros.

Jesus estava no contexto de última ceia e não estava falando de todos os seus discípulos, mas Ele conhecia aqueles que escolheu, porém, era preciso que as coisas se realizassem conforme a Escritura que diz que aquele que comia o pão com Ele, levantou o calcanhar contra o Senhor. É uma alusão à Sagrada Escritura que coloca o amigo pessoal, na qual se confiava, que comia na mesa, levantou o calcanhar contra o amigo (Sl 41, 10). Levantar o calcanhar contra alguém é dado em vista de fazê-lo cair. Judas trairá Jesus. Estava também Ele à mesa. Foi-lhe dada graça de lavar-lhe os pés, de ouvir do Senhor o valor do serviço, mas mesmo assim ele ficou indiferente a tanto amor dado, porque o amor de Jesus Cristo foi dado para todos os apóstolos e para toda a humanidade. Se o calcanhar será levantado, Jesus seguirá o caminho de assumir a cruz para a salvação da humanidade. Jesus não nega aquilo que irá fazer, a sua entrega total por amor ao Reino, a Deus e a cada um de nós, em particular.

Jesus retomou a manifestação do Senhor no Antigo Testamento, daquilo que é Deus: Eu sou (Ex 3,14). Jesus é o Eu sou do AT, na qual é a ressurreição, a vida, o caminho, a verdade e a vida, é o pão descido do céu. É o Deus vivo e verdadeiro que reina sobre os séculos, que nos ama de verdade, está sempre presente na vida da gente e nos acontecimentos, mesmo os mais adversos como aqueles que estamos passando, mas temos a certeza de sua presença de fé, de esperança e de caridade. Jesus é o Eu sou, encarnado. Coloca a importância que se deve dar o amor a Deus, em primeiro lugar, ao próximo como a si mesmo.

Jesus pede o serviço de cada um de nós. Ele fala também que quem recebe o enviado dele, recebe o Senhor Jesus, e quem recebe a Ele, recebe Aquele que o enviou. Percebe-se uma corrente ininterrupta, que o enviado em nome de Jesus Cristo uma vez acolhido pelas pessoas e pela comunidade, possibilita a acolhida do Senhor e quem acolher a Jesus está recebendo Aquele que o enviou, o Pai. A partir desta palavra de salvação somos chamados acolher os enviados de Deus, sabendo que nestes há a presença do Senhor e acolhendo o Senhor, estamos acolhendo o Pai, Aquele que enviou a Jesus Cristo neste mundo. Esta relação é essencial na evangelização, porque nós não estamos sozinhos, mas o Senhor caminha conosco. É claro que devemos ser sempre ministros acolhedores, que vão ao encontro dos pobres e dos necessitados, para assim vivermos a unidade com o Senhor e com o Pai, pelo dom do Espírito Santo. Como vimos as coisas do Filho são as coisas do Pai, porque o Pai deseja de todos, a vida eterna, que é o seu mandamento de modo que Jesus faz tudo o que o Pai lhe diz. Se a referência última do Filho é o Pai, assim deve ser a referência última de todos nós seguidores de Jesus Cristo, batizados e batizadas, Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido. Vivamos neste período a unidade na diversidade, na paz e no amor. Sirvamos ao Senhor na alegria e no amor naqueles que mais necessitam de nós. O Senhor Deus Uno e Trino abençoe a todos.

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

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