Naquele tempo,
1quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos,
2dizendo: “Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui!
3Se alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas o mandará logo de volta'”.
4Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram.
5Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo, desamarrando este jumentinho?”
6Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram.
7Trouxeram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou.
8Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos.
9Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
10Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!” – Palavra da salvação.
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Jesus Cristo se tornou obediente, / obediente até a morte numa cruz; / pelo que o Senhor Deus o exaltou / e deu-lhe um nome muito acima de outro nome (Fl 2,8s). – R.
N (Narrador): Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos –
1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os mestres da Lei e todo o sinédrio, reuniram-se e tomaram uma decisão. Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:
L (Leitor): Tu és o rei dos judeus?
N: Jesus respondeu:
P (Presidente): Tu o dizes.
N:
3E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus.
4Pilatos o interrogou novamente:
L: Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!
N:
5Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.
7Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele fizesse como era costume.
9Pilatos perguntou:
L: Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?
N:
10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.
12Pilatos perguntou de novo:
L: Que quereis então que eu faça com o rei dos Judeus?
N:
13Mas eles tornaram a gritar:
G (Grupo ou assembleia):
Crucifica-o!
N:
14Pilatos perguntou:
L: Mas que mal ele fez?
N: Eles, porém, gritaram com mais força:
G:
Crucifica-o!
N:
15Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado.
16Então os soldados o levaram para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda a tropa.
17Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo:
G:
Salve, rei dos judeus!
N:
19Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.
21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo, a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”.
23Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou.
24Então o crucificaram e repartiram as suas roupas, tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição com o motivo de sua condenação: “O rei dos judeus”.
27Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro à esquerda.
(28) 29Os que por ali passavam o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
G:
Ah! Tu que destróis o templo e o reconstróis em três dias, 30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!”
N:
31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os mestres da Lei, zombavam entre si, dizendo:
G:
A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! 32O Messias, o rei de Israel… que desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!
N: Os que foram crucificados com ele também o insultavam.
33Quando chegou o meio-dia, houve escuridão sobre toda a terra, até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:
P: Eloi, Eloi, lamá sabactâni?
N: Que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
35Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram:
G:
Vejam, ele está chamando Elias!
N:
36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo:
L: Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz.
N:
37Então Jesus deu um forte grito e expirou.
Todos se ajoelham e faz-se breve pausa.
N:
38Nesse momento a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército, que estava bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse:
L: Na verdade, este homem era Filho de Deus!
N: Palavra da salvação.
Reflexão:
A entrada de Jesus em Jerusalém parece traduzir fielmente a profecia de Zacarias a respeito do Messias: “Seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho filho de uma jumenta […] Ele anuncia a paz a todas as nações” (Zc 9,9-10). Com essa atitude humilde, Jesus começa a corrigir a mentalidade vigente de que o Messias seria um rei guerreiro. Não é. Se fosse, entraria na cidade montado em um cavalo e cercado por um exército fortemente armado. Ao contrário, os que o acompanham simplesmente empunham ramos para prestar-lhe homenagem. Ao estender seus mantos para Jesus passar sobre eles, o povo quer dizer que aceita o Messias pacífico e quer associar-se a ele. A Igreja, desde cedo, solenizou essa passagem do Evangelho, colocando-a como abertura da Semana Santa.