Marabá, 22 de novembro de 2024

Vocação à Vida Religiosa Consagrada “Sem medo, dizer sempre sim!”

23 de agosto de 2022   .   

Foto: Vatican Media

‘’A pessoa consagrada é alguém que, ao olhar-se cada dia, diz: «Tudo é dom, tudo é graça». Queridos irmãos e irmãs, não é mérito nosso a vida religiosa, é um dom de amor que recebemos”.

Com essas palavras proferidas pelo Papa Francisco ao consagrados, queremos, como povo de Deus, render graças por tanta bondade depositada no coração da Igreja através do sim de homens e mulheres ao longo da rica história da Igreja de Cristo.  “saber ver a graça é o ponto de partida”, nos diz Francisco, e por isso nos anima cada dia em suas catequeses, a termos um encontro íntimo com o Senhor, que nos ama e nos alimenta em nossa caminhada vocacional.

Essas profundas e pertinentes reflexões têm como tempo propício o mês de agosto, que ficou como um espaço sagrado para um aprofundamento sobre as diversas maneiras de responder ao chamado vocacional que o Senhor nos faz, seja ele matrimonial, sacerdotal, laical ou religioso, esse último é justamente o que celebraremos nesse terceiro domingo de agosto.

 Somos povo de Deus que caminha em direção à libertação e por isso sonhamos sempre estarmos abertos a sua graça e misericórdia, pois o Senhor nos conhece muito antes de sermos gerados, e, sendo assim, deseja sempre que estejamos na liberdade que gera caridade, justiça e partilha do que temos e somos. E é para essa partilha, que gera vida nova e que elimina as indiferenças, que todos nós, banhados em Cristo, nos tornamos novos, com um coração de carne e sangue, dispostos a responder sempre ao chamado do Senhor, aquele que nos escolheu primeiro, pois nos tem no seu íntimo, bem antes de sermos gerados.

A missão, sabemos que é de Deus, e é por isso que devemos estar sempre prontos para responder a esse chamado de amor, que nos conduz a uma vida de vocacionados para o serviço aos irmãos, em especial aqueles que ainda não tiveram a alegria verdadeira de sentir e saborear internamente a graça própria dos que estão nesta profunda comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Neste terceiro domingo, estaremos então, como Diocese de Marabá e como Igreja no Brasil e no mundo, rendendo graças a Deus por tanto bem que o sim destemido desses nossos irmãos tem feito à Igreja de Cristo em nossa Diocese.  São religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos vários institutos, congregações e comunidades de vida apostólica e novas comunidades, que com sua vida doada nos anima a buscarmos sempre mais realizar aqui na terra o Reino de Deus. Por isso, neste dia tão significativo, bendizemos ao Pai por tanto bem depositado por esses nossos irmãos e irmãs na Igreja Particular de Marabá.  

Todos com a mesma cruz de Cristo no peito, mas bebendo na rica fonte dos seus carismas, tão próprios de homens e mulheres que foram fiéis ao chamado do Senhor, e por isso cativaram, com seu modo de ser e de agir, tantos jovens dispostos e prontos para uma doação livre aos desígnios de Deus. Esse compromisso de amor e de doação tem iluminado os povos com a misericórdia do Pai, a doação redentora do Filho e a vivacidade do Espírito, levando homens e mulheres a beberem da água de vida nova e a assumirem, no seu batismo, uma doação de amor incondicional na vivência dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência.

  “Eu vi o Senhor”. Esse versículo do evangelho de João, proposto pela CNBB como lema para as celebrações desse mês vocacional, nos alimenta na certeza de que celebramos as vocações porque temos a certeza de que Cristo vive, e que somos chamados a sermos suas testemunhas, não por receio, medo, ou tristeza, mas por alegria e convicção de que Ele é nossa Páscoa, um convite sempre atual para uma vida nova, onde a certeza no seu amor incondicional por cada um de nós, religiosos, leigos, casados ou sacerdotes nos levará ao rosto de Deus na nossa gente sofrida, machucada, injustiçada, mas que nunca perde a fé na justiça e na caridade.

Como ressaltou o Concílio Vaticano II (cf. Lumen gentium, 44), a vida consagrada «imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o seu Reino, abraçou e propôs aos discípulos que O seguiam» (n. 22).” E é por isso que juntos festejamos como Igreja, esse dia tão significativo, valorizando sempre mais o rico testemunho de tantos irmãos e irmãs que doaram e gastaram sua vida em prol do Evangelho, seguindo a Cristo mais de perto, e nos animando a nunca esquecermos que Cristo é nosso único Senhor, e de que a vocação da Igreja, é que estejamos sempre unidos em nome do Senhor e em íntima relação com aquele que nos redimiu e nos deu a alegria de saborear uma Vida Nova.

Essa recordação é feita no dia 15 de agosto, dia da Assunção de Maria aos céus, solenidade que aqui no Brasil é transferida para o domingo seguinte, e por isso pedimos a Maria, Mãe das vocações, que sempre nos coloque em íntima comunhão com seu Filho Jesus, e que abençoe todos os religiosos, religiosas e consagrados no seu fiel desejo de continuar sempre se doando de corpo e alma aos anseios do Senhor e aos desafios do seu sim por essas terras férteis de nossa Diocese de Marabá. Que nunca falte em nós o desejo de sempre seguir os caminhos do Senhor.

 

Sem. Denir Robson Lima de Sousa (Teologia)

Seminário Maior São João Paulo II.

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