Diante do massacre ocorrido em Altamira, nós integrantes das pastorais sociais da Diocese de Marabá juntamente em unidade com o nosso Bispo Dom Vital Corbellini, acolhendo a proposta da Pastoral Carcerária diocesana queremos:
A) Manifestar nossa tristeza e indignação pela chacina que correu no presídio de Altamira;
B) Manifestar nossa solidariedade aos familiares das vítimas que sequer tiveram condições de velar seus entes queridos pela falta de condições de reconhecimento dos corpos por terem partes queimadas e/ou terem as cabeças decepadas;
C) Exigir uma educação e políticas públicas que levem os encarcerados à ressocialização na vida familiar, comunitária e social dos encarcerados;
D) Denunciar a superlotação nas casas penitenciárias no Pará e no Brasil, a forma desumana a que os detentos muitas vezes são submetidos;
E) Denunciar a morosidade da Justiça Penal, visto que mais da metade dos mortos brutalmente assassinados em Altamira eram presos provisórios. A justiça que não cumpre a sua função faz prevalecer a injustiça sobre a justiça. Já dizia Rui Barbosa: “a justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta.” A diocese de Marabá, as Pastorais sociais e a Pastoral Carcerária local se solidarizam com todas as vítimas e seus familiares, com os presos de Altamira e suas famílias. Apelamos para que a Justiça criminal apresse a implantação da Justiça Restaurativa para todos os casos aos quais ela possa ser aplicada e que se crie um novo sistema operacional de promoção e execução das medidas penais.